Soneto da Esperança
Tons, esvoaçantes ironias
Ditas em própria medida
Sons, tão dissonantes alegrias
Pedras dilaçantes nesta lida.
Canto orquestrado de agonias
Vida de soluços incontida
Falso tua ideia, demasias
Que será de ti nesta batida?
Soubesse tu, menina a matiz
Intríseca nos mais densos orvalhos
Talvez fizesse destes tons, nuança
Verias sim, por fim, que ser feliz
Pra que levar sozinha os carvalhos?
De longe, é não perder a esperança.