Insensatez

Não se arrisque à escuridão

dos sótãos

Lá estão os ruídos calados

dos medos que desfalecem

os sonhos.

Mas não desça as escadas

O perigo da segurança,

no assoalho sobre o porão,

leva ao desejo de experimentar

o abismo.

A inércia da sensatez

abdicada

parece-me um ponto protegido

Permaneça no meio!

Espere os degraus

até os alçapões

que já vertem destino

na visita corriqueira

dos novos sonhos

Eles irão redimensioná-lo

ao plano de um risco

modesto e recreativo

que está na gentileza

do mistério de cada pedaço

da vida.

*Inspirado em Mário Quintana.