Pulando do barco

Juntos no barco, vivendo a alegria do momento, mas um tanto preocupados com o possível vento.

Eis que ele chega em forma de tempestade. Vento violento, chuva incômoda, ondas que são tapas, mar agitado, desconforto total no barco.

Ele, não sabendo o que fazer, por inexperiência ou medo de perecer, situação angustiante de insegurança, sem muito pensar se joga do barco e cai em alto mar. Sim, o perigo é maior que a tempestade, mas parece não querer esperar, não acredita mais em milagre? Assim ele vai e nada desesperado sem saber para qual lado seguir. Busca um porto seguro, ou pelo menos, algo que o represente nesse turbulento momento.

Ela... Permanece no barco, se o espera? Não se sabe, depende do milagre e da sua coragem de tirar do barco o que tanto amedronta “ele” além da tempestade. Mas ela o olha desesperado nadar, não entende tanto medo, tanta afirmativa despreparação e fica com o coração suspeito perante tal ação. Não sabe se é melhor deixá-lo se virar ou procurar salvá-lo para salvar-se. Sim, porque no barco também há o risco da morte.

Se a tempestade é um copo d’água não se pode julgar; o que se sabe, é que a tempestade não dura tanto tempo, ela logo passa. Isso é talvez o milagre, saber esperar a bonança na normalidade do tempo necessário. Esperar no barco ou no mar? Pela lógica, é melhor no barco; mas isso não impede o resgate daquele que talvez se precipitou e se jogou. Quem ficou não é preciso deixar o barco e pular, mas nada impede de jogar uma bóia para poder salvar quem ainda está no mar.

Se os dois continuarão no mesmo barco? A bonança que o tempo na sua maestria e normalidade demonstra, irá dizer.

Às vezes, em algumas circunstâncias, a melhor resposta é aprender a conviver com as perguntas que nos são feitas em forma de tempestade. Assim, com paciência e humildade poderemos aurir uma bonança perene e fortalecedora, que por sua vez, capacitar-nos-á para enfrentarmos outra possível tempestade.

Hudson Roza
Enviado por Hudson Roza em 30/01/2010
Código do texto: T2059185
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