A borboleta que caminhava

Sempre lagarta

Arrastando-me com probidade

Porém longe do alcance-felicidade

De alçar voos

Ingrata atemporalidade.

Um dia, infausto e desbotado

Recolhi-me no meu casulo, cansado

Sonhei, voei pelas quimeras

De uma alegria fantasiada

Fiz-me absoluto e absolto

E me atrevi a ser asas e realidade.

Quis-me primordial, nesse instante

E assumi asas comedidas

Para mais tarde, experientes e vivas

Alçar arroubos extasiados de liberdade.

No futuro-progresso,

Decidi também ser plural

Caminhar, sendo borboleta

Ou adejar voos, sendo frugal

Não me importando se evidente,

Previsível, substancial.

Talvez, no outro dia,

Erga instâncias adormecidas,

Abreviando as distâncias distraídas

Entre o infinito e a conquista apetecida,

Bem como liberta e essencial.