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Semeadura da Calma




Caminhos outrora floridos
Revelam   mortas  floradas
Espalhadas, soltas ao vento
Perfumadas de desalento

 
Rosas carmins cor de vida
Morreram ainda botão
Restaram  apenas espinhos
Nas telas da desolação

 
Secou da fonte a água
Arrastada pelas mágoas
No lugar  a areia fina
Da alma que desatina

 
O velho caramanchão
Rebordado de glicínias
Desmoronou na agonia
Da existência vazia...

 
Deleites nos copos de leite
Pequeninos  olhos  d’água
Faz curso no leito da alma
Na semeadura da calma.



(Ana Stoppa)


Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 02/06/2012
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