POEMA DA PÁGINA EM BRANCO

Fito desolado o papel em branco...

Sem nada para ver,

Sem nada para sentir…

É duro querer escrever

E a palavra recusar-se a sair!...

Em abono da verdade,

Até a caneta parece estar sem vontade

De acorrer ao apelo do papel.

O cérebro não está cá

E todos os meus sentidos

Estão como que entorpecidos.

A boca áspera sabe a fel

E as pernas estão dormentes,

De tanto esperarem nada.

Até a música me deixa indiferente

Nesta tarde gentia,

Danada

De fria!

Nestes dias assim

(Em que não consigo dar

O melhor de mim),

Prefiro não teimar,

Desistindo antes de começar.

Coloco de lado o papel,

Pois até um poeta

Tem os seus dias em branco

E, como se fosse um atleta,

Sofre duro na pele

As angústias do desencanto.

- Vai descansar,

Gloriosa página em branco!...

Amanhã, o persistente poeta,

Voltará com a sua caneta

Para te pintar!

17.01.2007, Henricabilio

HENRICABILIO
Enviado por HENRICABILIO em 15/09/2013
Reeditado em 30/09/2013
Código do texto: T4482847
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