Poema do menino

Um toque repentino

vem do fogo já queimado,

o menino, safado,

que correu sem destino,

andou no regaço,

fez festa no céu.

O coitado tornou-se réu

dos anjos de cara feia.

Ficaram aperreados,

mal encarados,

sem descer do céu.

Ele virou fel

em correntes forjadas,

‘rancou o dedão do pé,

tocando em sua fonte de fé

asfixiada,

será que é?

Mas desceu o terno juiz

num inverno frio.

Procurava o menino. Foi até o Rio

de Janeiro, em fevereiro. Voltou em setembro e até quis

sentir verão no inverno.Que inferno!

Ele era apenas um aprendiz

de menino safado,

que corre sem destino,

sem passos calçados.

Thiago Sobral
Enviado por Thiago Sobral em 20/07/2014
Código do texto: T4889504
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.