Triste contemplação

Triste Contemplação...

Arneyde T. Marcheschi

Diante do espelho

fico a me olhar...

não em adoração,

nem contemplação,

mas sim a meditar.

A procura de respostas.

A compreensão da vida

faz doer meu interior,

levo comigo a vida e ela

me leva nas mãos como

um frágil objeto,

fácil de se manipular.

Que se quebra num sopro

apenas...

Sinto que há um inferno

camuflado no meu céu.

Muitas armadilhas

montadas,muitas tentações

a minha espera.

E eu permaneço de olhos

vendados,para as verdades.

A realidade é tão transitória

como o tempo.

As armadilhas passeiam, soltas

há arames farpados por todos lados

camuflados de fios de seda.

Mas eu não sei ou não quero

distinguir a diferença.

È preciso muita coragem

para lutar contra os vilões.

Sei que não sou fraca,

muito impetuosa, teimosa,

preço caro da minha rendição

talvez!

Meu pecado é a falta de fé,a

falta de acreditar,de perseverar,

o medo das mudanças,o pavor

do novo, do desconhecido,tudo

me aterroriza,me inquieta.

No espelho, a imagem refletida

me choca...

olhar endurecido...distante, frio,

opacos, sem brilho.

Nem a maquiagem consegue

apagar as rugas do tempo,

nem disfarçar as inseguranças...

as seqüelas deixadas pelos anos.

Acendo a luz do abajur

sinto que preciso de luz...

para me enxergar melhor.

Mas,infelizmente não é dessa

luz que preciso,mas sim da luz

incandescente que ilumina a alma,

que me permita ver o meu

" eu" real e verdadeiro,

sem falsas expectativas.

Escorre em minha face

um pranto silencioso,dolorido

mal compreendido.

Oro pedindo paz no coração,

tento acalmar minha emoção.

A noite me encontra ali parada

pedindo por dias melhores,

por noites menos escuras...

permitindo que o entendimento

se faça clarear.

Um desejo grande de evoluir

de fazer a transição

entre o certo e o errado,

para quando chegar a hora de ir

eu vá sem tantos pecados...

deixando no limbo enterrado

sepultado, esse passado

tão mísero...tão atordoado...

tão atormentado,onde vivi só

atropelando os sentimentos,

matando as flores que coloriam e

emprestavam vida ao meu caminho.

Vitória.E.Santo 24/07/2007

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