Esperança no leme

Era para ser uma borrasca,
Tempo ruim, mas breve tempestade...
Mas os dias tomaram gosto pela dor,
De verem com meus olhos sorridentes
Tanto horror...
Parece o fim do mundo,
Assistir o ponto final em tantas histórias terrenas...
E quando minha emoção eclipsou,
Lá de dentro de mim,
Uma labareda,
À princípio tímida e tremulante,
Iluminou e aqueceu
Minha esperança insistente:
No sorriso ingênuo da criança,
A boneca, a bola e as bolhas de sabão!
Na barriga pontuda
Guardando vida nova!
Na natureza trocando de roupa, outra estação.
No longevo sorrindo, vitorioso e cheio de compreensão!
Na poesia cálida e abrasadora,
Fugindo de mim
Para ganhar vida própria...
Ah, eu disse para mim:
- Esperança, você é meu leme, sigo a rota da vida,
Assaz curada da morte iminente!