Ainda é tempo de mudar os desatinos e os cataclismos
Chuva e sol
Lua e chuva
Tudo se mistura na magia dos dias
No passar do tempo
Vento e areia
Tudo se modifica
No redemoinho dos acontecimentos
Concreto e espírito
Ritos milenares e novos inventos
Tudo acontece ao mesmo tempo
Morte e nascimento
Tudo se completa
No anelo das gerações
Nas lições e nas perdas
Nas heranças e nas novas alianças
Na dança e na ciência
Nas artes e nos rituais
Entre os índios e no meio civilizado
Tudo avança e regride
Nas raças e entre a humanidade
Nas religiões e nas superstições
Uma fogueira na aldeia
Uma usina nuclear
Tudo vira fumaça
Tudo vira pó
A floresta amazônica
As mansões de Malibu
Tudo se derrete e esvai
As geleiras e os icebergs
Tudo avança e regride
As políticas sociais
A volta dos ditadores
Tudo na ordem do dia
Tudo no mesmo momento
Chuva e vento
Tempestade e calmaria
Sol e chuva
O que perdura e o volátil
Tudo rápido demais
A queima dos combustíveis
A poluição
A queda das árvores milenares
Tudo isso me dói
E me baqueia
A falta de respeito aos índios, à mata
E aos animais
O ódio, o preconceito, as lutas étnicas
As guerras
A destruição e a erosão...
É tempo
É hora
Tem que ser agora
Compensar com solidariedade
Com a união e a força de quem planta
Suplantar os desatinos
Mudar esse destino fatal
É tempo
De apagar os ódios mortais
Tudo ao mesmo tempo
Essa espiral de destruição
Não dá pra ser amanhã
tem que ser agora
É hora