De outra maneira

De outra maneira

Sentado à mesma cadeira de dias atrás

Escrevo, sem contudo ter a mesma motivação

Que num rompante, não muito comum nesses dias de coisas banais

Traduziu em versos sentimentos, quase arrebatando o coração

Hoje o céu se me apresenta com uma coloração cinzenta

Nem de perto parecido com aquele azul celeste

Envolvendo o brilho do sol que já não mais me aquece

Deixando-me à mercê de um vazio de idéias, pura tormenta

Tamanha angústia tem simples explicação

Atraído por algumas horas de uma falsa satisfação

Longe da tranqüilidade e da solidez espiritual de um lar feliz

Magoei aquela a quem um dia, numa matriz

Jurei amar e respeitar, preservando sempre nossa relação

Perdão, quem sou eu para lhe pedir

Até porque não sei em que erro voltarei a incidir

Pare, reflita e veja-me com a mais pura compreensão

De quem, apesar de tudo, reconhece que se não tens o número um

Dos maridos, também não tens o que ocupa a última posição