EU E ELAS

Quando saio de nós não vejo vida;

sou a duna que o vento varre ao léu;

é um tombo do céu, do sonho bom

que me abriga dos velhos temporais...

Há um caos que me aguarda feito bonde

para onde não sei nem faço caso,

toda vez que as desato e me desprendo

rumo ao nada, no rastro da saudade...

Reconheço a carência deste afeto;

muitas vezes deploro a transparência

que lhes cobra respostas viscerais...

A minh´alma desaba, tem vertigens,

falta fundo, esta queda não tem fim;

quando volto pra mim acaba o mundo...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 03/07/2011
Reeditado em 03/07/2011
Código do texto: T3072603
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