PRAGA PARA AMOR BANDIDO

PRAGA PARA AMOR BANDIDO

(um pouco de diversão)

Parte I - Prólogo

Hoje vou dizer coisas que precisam ser ditas

Afinal, brio é uma coisa que tive e tenho

(Desde que nasci). Pois se há coisas malditas

Que merecem ser ditas, não me contenho,

Prefiro que me tenha em sua lembrança

Como alguém que reclama e grita “Não!”

Do que me encolher embirrado, como criança,

De quem tomaram um doce de algodão.

Eu estava bem quieto em meu canto, sozinho.

Se não era feliz, também não estava triste.

Pois, se um lado, tinha o sossego como vizinho,

Do outro tinha a paz que no sossego existe.

De amor em amor a gente sobrevive - e vive!

Mas, sem ninguém também se pode viver,

Pois, se somar os amores que um dia tive,

Haverá amores demais, pra nunca esquecer!

Parte II – O Encantamento da Serpente

Mas, você surgiu do nada e me bateu à porta!

Como quem não quer nada, você se aproximou.

Dissimulada, carinhosa, fazendo-se de morta,

Insistiu (eu resisti) e, persistente, me conquistou.

Apareceu-me, assim, como um anjo lindo,

Com olhos transparentes e meigo sorriso.

Alegrando o coração sedento de amor infindo.

Prometendo paz, amor, aventura e o paraíso,

Juro que não queria alguém neste momento

Em que minha vida estava saindo de um drama

E quanto me custou superar o sofrimento

Só eu sei como a vida me foi desumana!

Não sou ingênuo. Mas achava que merecia da vida

A minha vez de ser um pouquinho mais feliz.

Não fosse a vida essa meretriz bandida

Que só promete e não cumpre o que diz.

Não merecia que alguém chegasse agora

E viesse com promessas de imensurável amor.

O grande amor a gente sabe que demora.

Tem gente que morre sem sentir esse sabor.

Parte III – Perguntas sem respostas

O que será que você viu em minha pessoa

Que despertasse esse desejo de maldade?

Pois, ninguém conquista alguém assim à toa,

E depois abandona esse alguém na saudade.

Pode ser que buscasse vantagem material.

É comum usar pessoas como escadas.

Afinal, é mais fácil descer de um pedestal,

E subir de carona em vidas mais abastadas.

Mas, onde foi que exibi tanta riqueza?

Foram as fotos que tirei em Nova Iorque

Que deram essa impressão de realeza

E que eu vivesse como estrela de rock?

Ou será que é porque nasci paulista?

(brasileiro pensa que paulista é milionário)

A gente aqui também rebola como artista

E o salário vai embora antes do calendário.

Talvez um motivo plausível seja a vingança

Dos homens que teve e não lhe deram valor.

Mas, é incrível eu herdar essa herança

Se foram outros que causaram sua dor!

Ou, talvez, um outro alguém, paralelamente,

Você tenha cativado? Pois, é comum se investir

Em vários cestos para que, rapidamente,

Num dos cestos algum coitado venha a cair.

Parte IV – Filosofia barata

Essa hipótese não pode ser desprezada,

Pois, você em seu pensamento ambicioso

E que, sem pensar, talvez caiu na cilada

Achando que o amor viria depois, silencioso,

Com o tempo, crescendo lentamente.

Mal sabe que o amor é coisa incrível

Que a gente não acha diariamente

E forçar a amar sem ter amor é impossível.

O amor não depende de raciocínio

É como não querer adormecer, já dormindo.

É como querer resistir a um fascínio

E, ir se entregando a ele, mesmo resistindo.

Não depende da minha ou da sua vontade

Pois, o amor junta duas almas que se buscam,

E se torturam com a mesma velocidade

Em que se escondem, enquanto se ofuscam.

O amor não é só fogo que arde eternamente

Como o poeta cantou em seu delírio.

É mais, muito mais que isso, certamente,

Porque não tendo é vazio, e tendo é martírio.

Parte V – Indo pros “Finalmentes”: Lançando a praga

Finalmente, foi muito feio o que você fez!

Pois, se despertou o amor em meu peito,

Fosse mais gentil com ele e, talvez,

Ter dado ao amor dignidade e respeito.

O amor também tem sua maneira de agir

Com quem dele debocha e desdenha.

Não adiantará você esconder e fugir

Por mais esconderijos que tenha.

Em cada peito que você for se abrigar

Há de encontrar um coração de aço

Que vai seduzi-la até você se apaixonar

Para depois jogar fora o bagaço.

Não haverá uma cama em que você se deite

Que não seja partilhada com outra beldade.

Seus seios murcharão, ressecará o leite,

Com que sempre amamentou sua vaidade.

Suas formas, certamente, não sobreviverão,

Às marcas que o tempo e a idade vão trazer.

Os homens, havendo homens, se saciarão,

Com as amigas que vierem lhe entreter.

Do dinheiro que você busca, receberá trocados,

Que outros homens pagarão por seus favores.

Pois, na vida, aqueles que vivem rebaixados,

Recebem da vida, como paga, os mesmos valores

Que marcaram em suas etiquetas de produto.

E se houver uma pessoa com quem você se envolva,

Não for doente, nem viciado e pense ser astuto,

Terá um problema: não haverá alguém a quem a devolva!

(kkkkkkkkk.....)

Paulo Sergio Medeiros Carneiro
Enviado por Paulo Sergio Medeiros Carneiro em 27/10/2006
Reeditado em 29/10/2006
Código do texto: T275260
Classificação de conteúdo: seguro
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