O GÉNIO DA LÂMPADA
O génio da lâmpada (republicação modificada)
Certo dia um marroquino
Apresentou-me
A lâmpada de Aladino
E cativou-me,
De tal maneira,
Que abri os cordões à carteira.
Mal cheguei a casa,
Fui esfregar a lamparina
E dela saiu, com um grão na asa,
Eugénio,
O génio nu.
Mas que triste sina,
A minha!
Ele estava com mau génio
Pois fora aprisionado
Ressacado
Quando seguia
A caminho da escola de feitiçaria.
Eu queria a Terra e o Céu
E apenas ganhei
Uma carga de nervos que só eu
Sei.
Acabei
Por atirar a lamparina
Contra uma esquina;
E ao parvo do moço,
Meti-o numa saca
E lancei-o a um poço,
Para ver se passa a ressaca!
E pergunta-me você:
“Porquê?”
“Olhe, procurava um génio
E saiu-me o ingénuo
De um aprendiz de feiticeiro.”
Mal empregado dinheiro!...
14/12/2003, Edu Loko