ESPELHO MALFAZEJO
Ysolda Cabral
 
 
 
Sentidos aguçados, definidos.
Cônscia das limitações e finitude,   
Penso no entardecer de mim e te digo:
É preciso ter atitude! 
 
O Tempo passa sorrateiro,
Quase que disfarçado...
E, quando a gente olha no espelho,
Lá está ele cruel e zombeteiro...
 
Mostrando uma cara que não é minha
Fazendo-me fugir de medo. 
Paro, Penso! 
Tento não perder a linha...
Desisto e volto pra lhe dar língua.
 
Agora a cara que vejo
É a cara d’uma menina,
Feliz e muito apaixonada que,
Não dá trela ao espelho malfazejo.