Vou-me embora pra Santa Isabel

Vou-me embora pra Santa Isabel

Lá sou amiga das flores

Lá tenho a paz que eu quero

Na vida que escolherei

Vou-me embora pra Santa Isabel

Vou-me embora pra Santa Isabel

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma candura

De tal modo surpreendente

Que as fadas protetoras da natureza

Brindam o mundo visivelmente

Como beleza e cor

Das flores que nunca tive

E como farei piqueniques

Andarei pro entre a mata

Montarei em nuvens doces

Subirei no céu azul

Tomarei banhos de cachoeira

E quando estiver cansada

Deito na beira da nascente

Mando chamar uma ninfa

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menina

Vovó vinha me contar

Vou-me embora pra Santa Isabel

Em Santa Isabel tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a irritação

Tem vida calma do mato

Tem flores à vontade

Tem árvores bonitas

Para a gente descansar

E quando eu estiver mais estressada

Mas cansada de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de chorar

Lá sou amiga das flores

Lá tenho a paz que eu quero

Na vida que escolherei

Vou-me embora pra Santa Isabel.

(Essa poesia é uma adaptação, em forma de brincadeira, com a poesia “Vou-me embora pra Pasárgada” de Manuel Bandeira. Santa Isabel do Rio Preto é um lugar real, um distrito de Valença-RJ. E verdadeiramente é um pedacinho do céu. Pasárgada era um lugar dos sonhos do poeta, Santa Isabel é o lugar dos meus sonhos.)

Alíria Branca
Enviado por Alíria Branca em 16/07/2007
Reeditado em 16/07/2007
Código do texto: T567681