Vou-me embora pra Santa Isabel
Vou-me embora pra Santa Isabel
Lá sou amiga das flores
Lá tenho a paz que eu quero
Na vida que escolherei
Vou-me embora pra Santa Isabel
Vou-me embora pra Santa Isabel
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma candura
De tal modo surpreendente
Que as fadas protetoras da natureza
Brindam o mundo visivelmente
Como beleza e cor
Das flores que nunca tive
E como farei piqueniques
Andarei pro entre a mata
Montarei em nuvens doces
Subirei no céu azul
Tomarei banhos de cachoeira
E quando estiver cansada
Deito na beira da nascente
Mando chamar uma ninfa
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menina
Vovó vinha me contar
Vou-me embora pra Santa Isabel
Em Santa Isabel tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a irritação
Tem vida calma do mato
Tem flores à vontade
Tem árvores bonitas
Para a gente descansar
E quando eu estiver mais estressada
Mas cansada de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de chorar
Lá sou amiga das flores
Lá tenho a paz que eu quero
Na vida que escolherei
Vou-me embora pra Santa Isabel.
(Essa poesia é uma adaptação, em forma de brincadeira, com a poesia “Vou-me embora pra Pasárgada” de Manuel Bandeira. Santa Isabel do Rio Preto é um lugar real, um distrito de Valença-RJ. E verdadeiramente é um pedacinho do céu. Pasárgada era um lugar dos sonhos do poeta, Santa Isabel é o lugar dos meus sonhos.)