Anatomia mudada

Nem lembra a idade que tinha,

topava o que vinha.

Da pelada à vizinha,

da academia à boate,

à noite cerveja,

de manhã o seu mate.

O corpo viril

hormônios a mil.

Mas ele não viu

que o tempo passou

e a idade chegou.

Só então sentiu

que o músculo caiu.

Já não vai à boate

machão, ainda late,

mas não morde.

E há quem concorde

que o grisalho cai bem

mas cai tudo também.

A corridinha encurtou,

não aguenta o pulmão.

O coração vem na mão.

Já não é o que era.

A bexiga, quem dera

até parece que espera

a hora de explodir.

A Playboy de outrora

já virou zero hora

mas ainda vai pro banheiro

com o velho menino,

só tem outra função

na total disfunção

que virou o intestino.

O prazer a tardar,

com o tempo ele alcança

só que a véia se cansa

de tanto esperar.

E o véio, emburrado

se vira pro lado

e se poe a roncar.

Me perdoa minha véia, quando estivermos juntos de novo, vou tentar não roncar. Beijo

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 30/04/2008
Reeditado em 09/07/2013
Código do texto: T969344
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