[sem título II]
Essa explosão de mim mesma,
esse eu desparafusado, cego e nu,
perdido entre as estrelas do céu da minha boca.
A língua toca a ponta de um desejo
na ponta da língua a ponta do medo,
palavras que brotam das pálpebras cerradas
essas lágrimas verborrágicas desmemoriadas
Atemporais suspiros
inertes, latentes,
pulsando no peito cavidades vazias de intenção.
Um dedo no olho do silêncio,
um beijo na boca da noite,
qualquer noite, qualquer corpo, qualquer poema
qualquer coisa que brote da pele arrepiada,
Esses pedaços de mim que não são meus
esses teus pedaços meus, tua musica... minha boca.