A MINHA CONFUSÃO SANGRA PARA DENTRO

A minha confusão é complexa, confesso. Está claro? Ela reflexa-se no caos urbano, anexa os paradoxos da filosofia oriental e as teses anarquistas de Bakunin.

É um remexo de paixão e desassossego, de sexo e dor, é um fluxo inverso que sangra para dentro e sufoca, tira o ar e me cala, põe-me do deserto, entre cactos e coiotes.

A confusão é tanta, que as vezes clareia tudo, tira todas as névoas, neblinas e aí ela me põe no meio da batalha e qual Arjuna escolho o lado e depois nem krishna me tira da luta.

A minha confusão é perplexa, irresoluta, da voltas em volta do umbigo, atravessa a rua sem olhar, corre risco, perigo, revolta-se contra os desmandos e roubos do governo.

É um sal na ferida, extrato da exclusão. Ela não contribui para a ordem social, para o bom convívio entre as classes. Atira pedras nas vidraças e esmurra pontas de faca.

Enfim, não contribui para o BIP nacional e nem para superávit primário. É insensata e só se dá bem com raios e tempestades, rebelião. Mete-se muito em inundações e mergulhos.

A minha confusão se mistura ao caldeirão das desgraças brasileiras, infiltra-se nas movimentações da massa, discursa nas esquinas sobre caixotes. Prega a insubmissão.

Quão insensata é, pois mistura fé e niilismo, poesia e discurso. Cria personagens, fica valente e entra em fuga após. É feita de tortuosidades e profundos. Não tem trunfo, não quer nada, quer tudo.

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da série infinda: Tijolos Poéticos, substrato de Loucuras Implícitas.