DA JANELA

DA JANELA

Sou um fascinado

Pelas coisas assassinadas

Pelos assassinos cegos

Pelas saudades concretas

Feito as ruas ladrilhadas

Dos prostibulos esquecidos da memória

Lembro de um quarto branco trancado

Que encurralava a realidade

E libertava meus sonhos

As janelinhas de madeira

Pintadas de verde

Que pornografavam o céu

E me faziam gozar

Com meus pesadelos

Sou fascinado pela sede dos loucos

Pelas vontades ébrias dos meninos

Que querem ser adultos a qualquer custo

Pelos contos de fada das menininhas

Que parem aos nove anos

E sonho com minha morte no paraíso

Entre borras e garrafas

Cheias de desilusões e desaforos.

Rojefferson Moraes
Enviado por Rojefferson Moraes em 02/04/2011
Código do texto: T2885659
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