O nascer do amanhã

O nascer do amanhã

Lizete Abrahão

Quando eu era canção, no rol da vida

Muito viajava nos vento das planícies

No meio de verdes sonhos, catei minha lida

Plantei mil flores nos jardins e imundícies

Fui um lampião lutando contra o dia

Até o céu reabrir-se como vencido...

Rasgado o peito foi-me na rebeldia

Meu sonho se fora embora, perdido,

Porque não tive pressa, o amanhã

Veio me acordar, no fim da fila de espera

Chegara minha vez de ser, sim, feliz

Pedaços de mim, eu juntei, sem afã,

Naquele que, não vendo em mim só quimera

Nasceu no berço que na palha refiz