NA BEIRA DO OASIS

NA BEIRA DO OÁSIS

Às vezes,

a noite chega

sem que lhe perceba

a presença escura,

como numa grota deserta;

mas,

num breve instante,

o sol do luar me concede

a ocasião de saciar

a sede poética

em algum oásis

no clarão noturno.

Desse modo,

enquanto as horas

lentas da noite

me inspira a escrever

como um fiel artesão,

alguma poesia

se derrama do luar ensolarado,

refletindo

com a cara cheia sorridente,

no espelho

da água oasica,

encravada na grota campesina.

Posso nutrir-me

da poesia que banha-se

na água desse oásis,

sentindo-lhe a fluidez

aquosa como um bálsamo

de versos inventivos,

que se deliciam

(antes de se efetivarem

no poema),

com as fragrâncias que as flores

exalam,

trazidas pelo vento fresco

na plena noite.

E sinto que,

nesses lúcidos momentos

de eventual inspiração noturna,

não escrevo sozinho;

visto que,

junto comigo,

sentados na beira do oásis,

os amigos

espirituais me permitem vê-los;

e são deles

(almas bondosas desencarnadas),

que brotam

os versos que antes,

se nutriram

do sorriso da lua ensolarada,

sempre solitária

na amplidão da noite transitória.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 17/07/2019
Código do texto: T6698423
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