Sem Palavras

E agora?

Para onde foram as palavras?

A caneta aleatoriamente passeia sobre

O papel sem desenhar pensamentos lógicos.

Os temas “habituais” já foram tratados.

Assuntos sobre o amor, flor, dor,

Amizade, solidariedade, sinceridade,

Acenam confirmando suas presenças

E agora?

Onde está a emoção de escrever?

As palavras fogem de mim

Busco-as procurando nelas sentido

Encontro-as sem atrativos, frias, insensíveis.

E agora?

Percebi que as palavras são inocentes

Elas existem para dar sentido ao que já é

São labaredas que explodem do interior

Do vulcão da alma.

Ebulição da vida.

Entendi que as palavras não tem vida própria

São astros sem luz

Apenas refletem o brilho que emana do coração.

Ó coração!

Não queira que as palavras dêem sentido à sua existência

Que as palavras que são geradas em ti

Proclamem que tu és somente um coração humano

Igual a todos os corações que estão à sua volta

Perceba isto, escreva sobre isto.

E serás um manancial de poesias.

“Como o cervo brama pela corrente das águas, assim suspira a minha alma por Ti, ó Deus” (Sl. 42:1).