Entre Crepúsculos

As noites escuras são breus...

Nas cálidas esquinas em orvalho...

Diante da inanidade, ruas gélidas dos ateus...

Que a solidão abraça como agasalho!

As noites são mantos misteriosos...

Cobrindo a insensatez oculta no beco...

Disfarçando os fatos adulterosos,

Omissos da normalidade...Engolidos a seco!

As noites são ilhargas disfarçadas...

Para os olhos acostumados a escuridade...

Que de dia fingem alegrias forçadas...

Na escuridão... Vivem em clandestinidade!

Nas noites as mãos deslizam melhor...

Os beijos são mais profundos...

Na escuridão... Pele e suor...

Corpos em cio...Ecoando nos submundos!

Nas noites, o proibido é permitido...

Os árbitros dormem o sono dos justos...

De delírio...De gozo...O sexo benzido...

Em meio a sons repentinos...Os sustos!

Nas noites as máscaras dissolvem-se...

Revelando a escassez nos sepulcros caiados...

Nem carnes, nem vermes consomem-se...

Espíritos errantes hipócritas...Enclausurados!

Se as noites são frias assim...

É a ausência de luz...

Nenhuma para que alcance os nichos...

Mas quando a noite chega ao fim...

Que aparência se produz?

Vestem novamente suas máscaras...Os bichos...

E seguem no dia fingindo...

Enquadrando-se no que permite a aceitação...

No dia há luz, mas ainda os becos ficam escuros...

E cada um segue mentindo...

O dia não permite ver luz com exatidão...

No escuro vê-se quem anda por cima dos muros...

São Paulo,12 de Dezembro de 2008, 17: 25

Shimada Coelho A Alma Nua
Enviado por Shimada Coelho A Alma Nua em 12/12/2008
Reeditado em 12/12/2008
Código do texto: T1332112
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