Não se iludam. Iludam-se, sim
Tenho tido tempo para ver o que rola nos templos
E os que consomem droga nas praças
Tudo é só programa barato
Dez por cento é pouco
Diante das taxas de viver e morrer
Da solidão
Dos desvios
Dos rios de dinheiro
Dos corruptos todos
Dos que desviam as riquezas
Das empresas multinacionais e seus preços abusivos
Do relativismo das crises
Dos crimes e da guerra
Tudo gera lucro
Tudo é abuso
Excesso de governo nas nossas vidas
Na roda das eras a pagar com carma
Com carne
Com brasa
Este é o inferno vivo
A nós só resta sexo barato
Ou com afeto, carinho
De tudo, são tantos os fetos resultantes
Muitos para a fábrica de aborto
Mundo torto visto pelo viéis do real
Sem véus
Nascer é sempre o que vale
Ainda vale
Contra a morte, contra os demônios
Amar ainda é a melhor reza viva!
Tenho tido pena dos minutos
Do tempo perdido
Dos filhos aflitos deste tempo
Tenho tido pena dos crentes e dos católicos
Dos que rezam na missa
E dos que vão ao culto
Dos que fazem macumba nas encruzilhadas
Nas alma penadas no limbo
Dos ateus e seus novos altares
Tenho tido nojo do culto aos intelectuais vendidos
Dos economistas à serviço das crises
Das multinacionais
E das empresas nacionais e suas petrobrases
Vendendo ilusões de riquesa que não nos chegará jamais
Dos imperialistas de sempre
E do mentiroso de plantão agora no poder
Tenho raiva desses telejornais e suas sensacionalices
De seus comentaristas milionários
O que importa e o que é desimportante neste instantes
Quando doenças novas atropelam o alarde anterior?
Tenho pouca esperança, quase nada...
Ah! essa ideologias todas plantadas
Tolas utopias. Me dispo de todas, já.
Pois nada acontecerá no mundo
Diferente do capitalismo
A lei da selva moderna
E dos juros de capitais e a exploração desumana de sempre
Da limitação do sonho, por um carro, um casa em trinta anos.
É demais!
Tenho tido pena de mim de nós de todo mundo
Dos jovens nessas fábricas de diplomas
Nas uninoves da vida
Dos alcoólicos tenho pena e dos anônimos viciados enrolando seus baseados
Cheirando pó falsificado. Nem a droga é honesta. É foda!
Dos viados e dos machos em suas inseguranças
Das prostitutas e dos travecos
Vendendo suas carnes na noite fria
Não há alegria no mundo
Tudo foi feito na treva
E o que se vê de luz é só uma aurora boreal de dois mil anos atrás
Não se iludam. Se iludam, sim.