Miséria dos Tempos - Tempos de Miséria

Vivo na miséria dos tempos,

do sofrimento em mim

esquivando dos socos que dá a vida

furtando-me do abismo da pobreza intrínseca,

Aqui,

Para que suporte a miséria descabida...

Da vida,

Nas penumbras, na luz e na neblina,

Para que viva o suplício descabido

nesse mundo no qual

em instantes,

Desleal,

Vejo-me perdido...

Sinto-me num abismo

de miséria de mim

que tenta me corromper em cada esquina

em cada canto

nos desencantos furtivos

Vividos e inócuos

Já me sinto sem vida

na efemeridade dessa humilde depressão

em mim,

Sigo por aqui

até o fim

Até o fim!

Seja o que for:

na dor, no canto, em lamento

sobrevivi aos tormentos que me assolaram

no universo em desencanto

desemboco no adverso

por vezes em prantos,

Se pá nem,

Quando assim canto...

Sobrevivo à miséria dos tempos,

Sempre que me vejo assim

mesmo em sorrisos efêmeros

destroço por dentro de mim

Poesia daqui

sai

de mim

Pra dizer das minhas angústias

em rimas fugidias

nos versos de lamúria

donde na miséria dou fuga

astuto como a rua me ensinou

Inspira-me

...

Na malandragem do mundo

sofro em solidão quando,

Na intromissão

Sujo em sangue

Quente e pulsante

Páginas amareladas em branco!