Datas

Datas...

Até aguçam e ativam nosso desespero

Nossas esperanças

Tornam-nas vãs memórias depois de...

Datas...

Os pensamentos voltam-se ao mundo

Memórias dos absurdos que passamos

Nesses anos que se passaram voando

Em tempos que nos marcaram em...

Datas...

Especiais e remotas

Remontam sempre à tristeza da alegria

Na memória

Na qual tudo é saudoso e nostálgico...

Retomam sempre a alegria com tristeza

da lembrança daquilo que se foi,

Passou e deixou marcas irreparáveis

Irrecuperáveis, eternas...

Datas...

Deixam-nos sempre flutuantes

Pensativos

Insignificantes diante de tudo

Da magnitude do mundo...

Sublime!

Mas, no fim, são sempre dias

que se passam no piscar de olhos

Confusos

Malucos

Os ponteiros dos relógios param

Revolvem em sentido contrário

Abraços

Afagos

Vida que se passa em passos largos

Memória que se abafa e retrai

Isola o sofrimento dessas...

Datas...

São sempre alegres

Quando deveriam ser felizes

Possuem aquela pitada mística

De mistério,

De malícia...

Da tristeza em vão,

De Vida!

No fundo, inclusive e,

mais incrível,

São especiais e rememoradas

Comemoradas

Memória é relembrada e apagada

São mórbidas quando latentes e vivas

São tristes quando chega alguém e espalha a alegria

São, por fim,

imensuráveis e complexas

Quando balbucias rememoram,

Datas.

Simplesmente.