A beira das palavras

Estou a beira da estrada dos sentidos;

Querendo me lançar ao mar de letras;

Sonhando acordar deste desterro;

Tão vulgar e tão mesquinho que me ponho;

Com medo de ser guiado não sei pra onde;

Com medo do retroceder gritante;

Que todos pregam por ser nova cultura.

Estou a margem do horizonte das palavras;

Querendo ser marcado a nua pele;

Afoito deste isolar cercado;

Tão massante e vendidamente sujo;

Com dores pela ausência do poder;

Contrito pelo não poder fazer;

A parte que me cabe tão somente

Estou acima de mim e dentro e ti agora;

Podes me deixar partir com elas?

Preocupa-te comigo sem sentido;

Bem estarei com elas, soberano;

Aonde nunca soube e talves não saiba;

Pra onde leva a estrada dos sentidos;

Pra onde guiam horizontes das palavras?

Só sei quero e vou chegar a algum lugar.

Michael Wendder
Enviado por Michael Wendder em 20/10/2009
Reeditado em 21/10/2009
Código do texto: T1876775
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