SEM VOLTA


Arrumei minhas malas,
Deixando no armário,
Todas as minha mágoas,
Nas gavetas minhas tristezas,
Nas prateleiras já empoeiradas,
Ficaram as minhas faltas,
Que jamais consegui preencher,
Ficaram pendurados no cabide,
Meus sonhos que amiúde,
Não puderam acontecer,
Num canto deixei as decepções,
A raiva e as tantas lamentações,
E todas as más recordações,
Que tanto me fizeram sofrer,
Deixei também meus erros, 
Meus pesadelos e medos,
Minha vida tão conturbada,
Sem espaço pra mais nada,
Nem mesmo para ser feliz,
Então deixei por último ,
Meus vícios e qualquer indício,
De que eu possa retornar,
Mas levo as malas ainda pesadas,
Abarrotadas de muito amor e carinho,
Pois, creio que neste novo destino,
Seja tudo o que vá precisar.

27.09.06
Sonia Ferraz
Enviado por Sonia Ferraz em 27/09/2006
Reeditado em 27/09/2006
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