Derradeiro Poema





Pendeu-lhe fria a mão abandonada

findo o sopro da vinda que se extingue

e aquela mesa de tanta dor pejada

o corpo do poeta acolhe firme



Ali se perpetua a criação

que animou a poesia de ternura

ali se despe agora de razão

a razão que levou a tanta desventura



E se na morte a vida se revê

daquele que soube amar e perdoar

que se espere do leitor enquanto lê

a serena atenção a quem se soube dar



Que cresçam lírios, que nasçam

malmequeres na terra que lhe cobre

os sonhos apagados

que dela brotem outros que sonhados

o Poeta escreveu a traço nobre





Portugal

 
Eugénio de Sá
Enviado por Eugénio de Sá em 17/01/2007
Reeditado em 06/12/2013
Código do texto: T349569
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