Derradeiro Poema
Pendeu-lhe fria a mão abandonada
findo o sopro da vinda que se extingue
e aquela mesa de tanta dor pejada
o corpo do poeta acolhe firme
Ali se perpetua a criação
que animou a poesia de ternura
ali se despe agora de razão
a razão que levou a tanta desventura
E se na morte a vida se revê
daquele que soube amar e perdoar
que se espere do leitor enquanto lê
a serena atenção a quem se soube dar
Que cresçam lírios, que nasçam
malmequeres na terra que lhe cobre
os sonhos apagados
que dela brotem outros que sonhados
o Poeta escreveu a traço nobre
Portugal
Pendeu-lhe fria a mão abandonada
findo o sopro da vinda que se extingue
e aquela mesa de tanta dor pejada
o corpo do poeta acolhe firme
Ali se perpetua a criação
que animou a poesia de ternura
ali se despe agora de razão
a razão que levou a tanta desventura
E se na morte a vida se revê
daquele que soube amar e perdoar
que se espere do leitor enquanto lê
a serena atenção a quem se soube dar
Que cresçam lírios, que nasçam
malmequeres na terra que lhe cobre
os sonhos apagados
que dela brotem outros que sonhados
o Poeta escreveu a traço nobre
Portugal