O Ciúme





Que é este que agora me atormenta

Donde saiu a horrenda criatura

Que clama a sua ira, truculenta

Que me põe na garganta esta secura?



Que mal lhe fiz que justifique o brado

E a maldição que sobre mim lançou

Porquê esta algazarra e o tom irado

Com que férrea vontade me alcançou?



Ah; mas vou reagir ao vil ataque

Que promete tornar-se uma agressão

Não posso voltar costas ao basbaque

Sem que me atinja torpe e à traição



Encho-me então de raiva e vou gritando

Quem és tu criatura; porquê tanto azedume?

E ele com hálito fétido bramando:

Então não sabes? – Sou o teu ciúme!







Portugal

2006

 
Eugénio de Sá
Enviado por Eugénio de Sá em 19/01/2007
Reeditado em 06/12/2013
Código do texto: T351892
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