CAMINHADA
Meu caminhar é leve, é uma bola de neve...
É o caminhar sem brilho de um andarilho...
Caminhando insano, feito cigano!
Atravessando desertos
Por caminhos incertos,
De pés descalços,
Areias quentes e oásis falsos,
Em busca das fontes geladas
Que transbordam nos meus sonhos!
Nas manhãs nubladas
Nas tardes, noites, madrugadas,
Caminhando noite e dia
Ao som da inaudível melodia
Cantada pelas estradas,
Caprichosas namoradas
Que me levam às portas infinitas.
Portas calmas, turbulentas e aflitas,
Que abrem universos paralelos
Dentro de mim mesmo!
Por isso, sigo a esmo
Nos caminhos deste mundo,
Vivendo moribundo
E renascendo a cada rumo!
Um novo fruto, um outro sumo,
Um novo personagem,
Outro companheiro de viagem,
Uma só pessoa, uma multiplicidade,
Todas as pegadas da humanidade
Me acompanham assim:
Porque vivem dentro de mim!
Por isso sou mais que humano:
Sou asceta, sou profano,
Sou profeta, suburbano,
Sou poeta!
Paulo Sergio Medeiros Carneiro
31.03.2000 e 27.01.2007