DE TUDO UM POUCO FICA

DE TUDO UM POUCO FICA

I

De tudo, um pouco

Fica

Quando a gente

Modifica

O sentido da coisa.

Tudo existe!

A realidade consiste

No lado

Visto da coisa.

O mal pode ser bem,

Pois o bem também contém

O lado negro da coisa.

II

De tudo, um pouco

Fica

Quando a gente

Modifica

Tudo o que pode ser.

O ser existe!

Mas, a verdade consiste

Em parecer

Ser o ser.

O ser não tem validade

Pois só é realidade

Quando é a própria coisa.

III

De tudo, um pouco

Fica

Quando a gente

Modifica

O que pode ser real.

O real existe!

Mas, a validade consiste

Em crer

Que ele virá a ser.

O real é inacabado

E só será completado

Por qualquer lado da coisa.

IV

De tudo, um pouco

Fica

Quando a gente

Modifica

O chão que a gente pisa.

O chão existe!

Mas, sua essência consiste

No espaço que a gente está.

O chão nunca é medido

Porque está sempre escondido

No fundo real da coisa.

V

De tudo, um pouco

Fica

Quando a gente

Modifica

O ego em nossa existência.

O ego existe!

Mas, seu medo consiste

Em deixar-se morrer.

O ego é limitado

Pois só pode ser negado

Se não for a própria coisa.

VI

Mas,

De tudo, um pouco

Fica...

Da realidade que mudamos...

Do ser, que imaginamos...

Do real, que transformamos...

Do chão, que pisamos...

Do ego, que coisificamos...

VII

Tudo o que há no universo,

Quer cantado em prosa ou verso,

Tudo se modifica.

E, em tudo o que se transforme,

Quer tenha ou não um nome,

De tudo, um pouco

Fica.

01.03.76

Paulo Sergio Medeiros Carneiro
Enviado por Paulo Sergio Medeiros Carneiro em 20/02/2007
Código do texto: T387232
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