Os Cinco Estágios Da Morte
Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação...
Negação é nossa guia no início de todo fim...
“Vou ser forte!”, “Isso não me atinge!”, “Pode ir, vida que segue!”
Vida que segue...
Sentamos a beira da cama ao levantar
E percebemos que não há mais ninguém ao nosso lado
Ali tinha alguém todas as manhãs com você...
Começamos a pensar na importância real de tudo feito até agora
Tendo a impressão que já não sentimos nada
Já não sofremos nada, talvez tentando recordar...
Talvez tentando esquecer...
Raiva... Nestas tentativas de esquecer ela se apodera de nós...
Ela nos consome bem mais do que imaginamos
Ou do que nos preparamos para ser
Já passamos por isso antes?
A resposta está no seu coração
Ele irá bater como se fosse seu último dia de vida
As boas lembranças lhe farão chorar e depois você vai rir
E deste sorriso, vindo do túnel do tempo, seu punho se fechará
Virão os questionamentos...
Virá a vontade de extravasar em algo toda frustração
Toda mágoa se acumulará
E daí nos vêem jogando as coisas pelo ar, socando a parede
Ou exclamando aos ventos, só, tudo o que nos engole...
Para tentar expelir a dor com raiva...
Mas não conseguiremos e então tentaremos voltar...
Barganha... Pensamos nessa hora
Vamos nos jogar numa saga de imensas ações
Uns tentam fazer uma ligação para resolver
Outros tentam escrever
Alguns mandarão flores
E outros irão pessoalmente tentar reaver o que parecia perdido
Mas e quando não há como reaver?
Quando todas tentativas falharam? Quando o tempo mudou tudo?
E quando tudo terminou porque, no fim, sabíamos que iria?
Entramos em negociação com nós mesmos nessa hora
A mão treme, os olhos se enche de lágrimas...
O silêncio do lar, outrora reconfortante, se torna mórbido...
Pesando os prós e os contras preferimos deixar como está...
Depressão... Quem passa por isso não a deseja para ninguém
Nem nosso pior inimigo deve sentir isso
A sensação de nostalgia se torna um enorme martírio
Uma foto... O rádio que toca ♪ “Ainda bem que te encontrei” ♫
Faz sua mente ferver de culpa, doer por lembrar e sofrer por existir
É como se o inferno bíblico, de fogo e enxofre, se abrisse
Como se todo o calor dele adentrasse pelo corpo
E afetasse a alma... Fraqueza, vontade de ficar só...
E o que você acha que iria te colocar para cima te aborrece
A música que você mais gostou, a vida toda, parece idiota...
Os amigos podem te achar idiota, “trouxa”...
Ou rotular seu estado como “imensamente patético...”
Talvez até nós achemos isso...
...Até que a “cura” venha
E Aceitação seria a “cura”...
Mas é difícil sair da depressão
É difícil, penoso e nada agradável ver tudo terminar
E pior ainda é a sensação de que é o certo
Mas outra pessoa tomará nosso lugar
Enquanto desejamos tudo de bom
Que a pessoa que nos acompanhou por anos seja feliz
Pensamos se nós seremos felizes, no matrimônio, algum dia
Chegará a nossa vez?
Algum serei abençoado com uma menininha tendo meu sobrenome?
Algum dia terei um menininho que será chato com a irmã?
Algum dia ouvirei “sinto orgulho de você” seja pelo que for?
Será que, com toda rabugice, terei aquela pessoa velhinha ao meu lado?
Algum dia talvez? Bem aventurado aquele que constituiu família...
E as lágrimas escorrem enquanto a casa fica vazia...
Deus é conosco nesses momentos
Pra lembrar que onde uma história termina uma outra tem início.