INUTILIDADES

INUTILIDADES

Julieta de Souza

Esta bolsa inútil que trago em meu ombro

Me assombra

Com a sombra

Que no chão eu percebo.

Futilidades mil.

Um peso sem porquê.

Um ombro caído

Pelas andanças desgostosas.

São pedras.

São pesos.

São passos incertos.

Postura incorreta.

Inútil bolsa que trago em meu ombro.

Então me espanto

Com a frivolidade a me acompanhar.

Inútil bolsa!

Bendita sombra a me impulsionar.

Atiro ao chão com forças ardentes.

As pedras se partem.

O peso se dissipa.

Os passos se harmonizam.

A postura se endireita.

Fico tão leve

Que até posso voar.