Dono de mim

Fui, um dia, "dono de mim"...

Achei que controlava meus destinos,

Minhas atitudes e meus sonhos.

Cria eu controlar a forma e a maneira de amar.

Quanto equívoco junto

Reuniu-se à minha volta!

Sem pensar, fiz-me escravo dos meus pensamentos.

Sem sentir, tornei-me preso a torpes sentimentos

De dissabores, constrangimentos,

Resignações e auto-comiserações.

Não dei a mim mesmo

A chance necessária de ser feliz.

Nem que, para isso,

Pudesse, talvez, recomeçar tudo.

Tudo, novamente... do nada!

Do nada ao tudo!

É como se destruísse a casa e o muro,

Com todos os seus alicerces.

A partir do interesse desinteressado,

Voluntarista e espirituoso,

Reconstruísse novamente.

Construiria, enfim, as coisas que desejo.

Reconstituir cada parte de mim

Para tornar-me um todo, integralmente.

Assim, sem quaiquer pretensões,

Poderei ser, com sobriedade, "dono de mim".

Um "dono", sendo mordomo de si próprio,

Mas, sobretudo, de Deus que me fez e criou!