Oprimida e Opressor

Com o olhar

Despe-me

Com uma palavra

Constrange-me

Teus olhos devoram

Minh’alma indefesa

Entrega-se de sobremesa

Para o teu comer

A masculinidade exacerbada

Salta do seu ser

Que aproveita-se

Deleita-se com o poder

As mãos fortes

Provocam desejos

Sonhos dantescos

Mistura-se dor e sofrer

Impondo sua vontade

Traz-me submissa

Escrava da tua autoridade

De macho e senhor

Durante milhares de anos

O masculino dominou

Usando a Natureza

A seu favor

Hoje gritamos: Basta!

Não há natureza em nós

Fragilidade é uma ova

Violência sua cova

Somos fruto da construção

Deturpada

Feita segundo a vontade

do nosso ex-senhor

Construção pode ser

Mudada

Refeita com a participação

De todos: Oprimida e opressor

Nos libertamos das amarras

Trabalhamos como iguais

Lutamos o dia-a-dia

Queremos igualdade e paz

“Depois de uma prova sobre questão de gênero o cérebro exige um grito de subjetividade e feminismo.”

Alíria Branca
Enviado por Alíria Branca em 23/06/2007
Código do texto: T537382