Oprimida e Opressor
Com o olhar
Despe-me
Com uma palavra
Constrange-me
Teus olhos devoram
Minh’alma indefesa
Entrega-se de sobremesa
Para o teu comer
A masculinidade exacerbada
Salta do seu ser
Que aproveita-se
Deleita-se com o poder
As mãos fortes
Provocam desejos
Sonhos dantescos
Mistura-se dor e sofrer
Impondo sua vontade
Traz-me submissa
Escrava da tua autoridade
De macho e senhor
Durante milhares de anos
O masculino dominou
Usando a Natureza
A seu favor
Hoje gritamos: Basta!
Não há natureza em nós
Fragilidade é uma ova
Violência sua cova
Somos fruto da construção
Deturpada
Feita segundo a vontade
do nosso ex-senhor
Construção pode ser
Mudada
Refeita com a participação
De todos: Oprimida e opressor
Nos libertamos das amarras
Trabalhamos como iguais
Lutamos o dia-a-dia
Queremos igualdade e paz
“Depois de uma prova sobre questão de gênero o cérebro exige um grito de subjetividade e feminismo.”