Pés Descalços
Pés descalços
No mundo de asfaltos
Carros, barulho e poluição
Dias cheios de ação
Alma grita por natureza
Buscando suas belezas
Suplicando por energia
Cansada desse dia a dia
Pés descalços
Sonhando em serem atolados
No barro macio e molhado
Sujando para limpar
Sentir o perfume das flores
Ouvir os sons do entardecer
Banhar-me nas águas da cachoeira
Sentar na sombra do bambuzal
Pés descalços
Desejando tocar
A terra batida
O mato verde
Beber a água pura da nascente
Vinda pelo cano de bambu
Purificar o coração
Sentir-me acompanhada na solidão
Pés descalços
Livres do salto alto
Sem direção a seguir
Sem pressa e sem demora
Passear por entre as árvores
Ver a noite cair calma
Contar estrelas no céu
Dormir olhando a lua
- sem hora para acordar -