Erudita VI

Meu senhor...

Tento externar,

tudo aquilo,

que anseio a tempos,

para fazer ouvir,

a voz do meu amor...

Descrever detalhes,

tantos pormenores,

toda intimidade,

que não mais sufoque,

e o arrependimento,

não consiga mais calar...

Meu corpo,inquieto,

sente a brevidade,

própria dos momentos.

Fixo o pensamento,

no rumar da volta,

onde a rua torta,

exibe seus varais...

Pernas flamulando,

ao sabor dos ventos,

sem contar segredos,

que a alcova esconde...

Passos na calçada,

ao som do realejo.

Os bancos da Praça,

sabem dos desejos,

que as mãos mais ousadas,

deixam escapar...

A felicidade,

está ali presente.

Quero algo cortante,

para registrar...

Pego minha chave,

começo a talhar...

Deixo então gravado,

no tronco frondoso,

coração vazado,

e monograma morto.

Duas consoantes,

dedicada, aos nomes,

que o destino uniu,

para ninguém,

separar...

Day Moraes
Enviado por Day Moraes em 10/10/2005
Código do texto: T58451