Onipresença Cardíaca

Não pode a mão humana tão frágil

Evitar que o coração se submeta ao naufrágio

Pois mesmo que pudesse rasgar o peito

E atirá-lo ao chão, nenhum mal seria desfeito

No meio do silêncio cego da multidão

E por mil anos seria assim

O coração bateria mesmo diante do fim

Pulsando por amor sem temer efemeridades

Despreocupado com o que é vil diante de suas verdades

Nem o ranger estático da vida o aprisionaria na solidão

Assombrados com a velocidade do tempo

Correndo contra tudo que traz o momento

Ainda que já mortos haveria sempre o coração

Batendo entre uma era e outra, sobrepujando a ilusão

Viver depende de coragem e morrer de nada depende não

E sempre haverá as entrelinhas rasgadas por interpretações

Sem saber se o silêncio pode sobrepujar as emoções

Quem tem coração sempre haverá de morrer

Por amor levantaram bandeiras, por amor hão de sofrer

A melodia triste transporta a alma para outra direção

Se há sentido ou não, tanto faz o que há de ser

Pois quem vive sabe que há um momento para morrer

Mas só quem morre de amor sabe o que é sofrer

O coração não tem fronteiras e nada o poderá deter

O amor extrapola tudo, não se contém em uma dimensão

Ouvindo The Silence by Manchester Orchestra

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 07/02/2021
Reeditado em 08/02/2021
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