DERROTA CIRÚRGICA

O fim da luta,

O começo da sangria.

Fiz uma cirurgia,

A derrota,

Ela tirou de mim a vitória.

Transplantei o órgão

Que bombeava meu ego,

Para meu rival,

O ego,

Quase parando,

Tenta bombear

Por contra própria

A vingança.

Nessa hora,

Meu cérebro

Intervém.

Pensa em vivências

Mais fáceis.

Lembra-se de um trecho

De um seriado mexicano:

"A vingança nunca é plena,

Mata a alma e a envenena"

Dita pelo seu

Madruga,

Madrugada.

Seu madruga,

Dava mais um golpe

No ego.

Talvez,

Ele tenha puxado o meu chapéu

E batido bem forte

Contra minha cabeça.

(Como na série faz com o Chaves)

Talvez,

Fosse de novo à derrota,

Essa cirurgiã nata,

Desregulou meu cérebro,

E me faz lembrar aquele seriado

Que assistia na infância.

Provavelmente eu seja “o Chaves”

Apanhando de seu madruga,

E a derrota,

Com suas mãos sujas,

Limpando suas luvas

Com água corrente.

A derrota me faz esquecer

Que sou gente,

O ego acabou de entrar em óbito,

E o remorso

Por não querer morrer,

Mas correr e levantar,

Porém agora não existe lugar,

A derrota me sequestrou de noite,

E quando percebi já era dia.

A derrota sorria,

Jurava que eu não passava

Daquela noite,

Um grande açoite,

Eu era restos mortais

Num açougue.

Preparou a vela e o terço,

Construiu um desfiladeiro

Com gotas de plasmas,

Que o ego já morto expulsava.

Foi quando o cérebro

Lembra-se de

Nelson Mandela:

Nunca perco.

Ou ganho,

Ou aprendo.