Fragmentos 2

Escrevo e ouço

Uma voz suave e encantadora

Aquela mesma voz de sempre

Ouço outra, às vezes

Mas, nada que se compare...

Vejo vultuosos seres perpassarem

Em minha frente

Em minha alma

Sinto o sabor e o cheiro

Sinta o labor e o desespero

Conciso e consciente

Daquele legado de diáspora...

Desses seres atores da resistência

Eis a voz em uma língua que não mais reconheço

Mesmo assim, meu sangue compreende

Estes mesmos seres que transmitem

Seu labor seu saber

Minha dinastia resiste...

Ascendência que faz sentir e saber

Resistência que faz viver e renascer...

Sabor de tribos...

Trilhas de colonialismos

Vivência e...

Ausência

Sem saber sem sabor

Sem vencer sem labor

Eis o cume do meu mundo

Eis a cor de minha pele

Eis o meu ser...