Selva...

Cidade de metal e concreto

Coração de pedra e de papel

Desmancha com chuvas e ventos

Não desfaz com lágrimas densas

...

Atraente e perigosa

Curvas sinuosas

Turbilhão de miséria

Cosmópolis...

Decadência...

Evolução regressiva

Mundo-Cidade!

Gira numa estagnação precisa

Carente e indecisa

...

Colorida em Preto e Branco:

Exímio desencanto!

Canto em cada conto

Conto em cada canto

...

Sabor e cheiro de sangue

Inodora, insípida!

Despida e inflada

Preto sempre lágrima

...

A evolução é Clara

Claro!

Cidade em Preto e Branco

Miséria de vida na capital...

No Capital!

...

Vida que desencanta em cada canto

Conto que desemboca em cada vida

Estampido seco dessa miserável existência que se esvai

Pelo buraco entupido

Pela enxurrada inexorável da Selva!

...

E ainda dizem que assim se faz viva e linda!

Fantoches que caminham pelas ruas unidimensionais

Cidade-Morte!

Sem vida e sem cor

Sem cheiro e sem sabor

Desencanto que se faz vivo

Vida-morte!

Morte-viva!

Em cada esquina

Em cada latrina que exala o não-cheiro...

Choro e estilhaços de gentes

A vida que não se vive...

...

...

...

O eco não ecoa aqui!