[sem título]
Saio procurando respostas
mas sequer tenho perguntas a fazer,
questiono apenas, o existir...
e quando vejo a cidade
como um mar de estrelas douradas,
com suas ruas desertas
e devaneios indigentes
eu me perco,
nos ecos dos meus próprios passos,
nas curvas dos meus próprios pensamentos
eu me perco.
Segure minha mão
se eu cair em teus braços.
penso as vezes, que não saberei me levantar,
pois quando meus olhos se abrem
a escuridão dos teus me cega
e não consigo mais me encontrar
nessa imagem borrada no espelho,
esse rosto que, eu não sei, à que pertence?
E não me encontro
em meus poemas
em minhas noites em claro,
em minhas loucas tentativas de te encontrar
entre uma e outra rima,
entre refrões ébrios e canções adormecidas.
E meus versos...
não te peço que os recite, eles não são nada!
são palavras, jogadas no papel
como uma vã tentativa de escrever-te,
recriar-te com palavras,
desnudá-lo em rimas
enquanto morro,
enquanto perco-me a buscar-te
sem rumo, sem alma...