Eu: constante movimento

EU, constante movimento

Julieta de Souza

Por vezes sou a mais alta montanha,

Firme, arboral e florida!

Imponente e verdejante.

Noutras vezes, sou a menor das formigas,

Frágil, delicada e pálida,

Insegura e imperceptível.

Por vezes aves sobrevoam meu topo,

Pairam sobre mim

E contemplam a magnitude do rio

Que acaricia meus pés.

Noutras vezes,

Recolho migalhas para sobreviver

E observo gigantes

Que pisam em mim.

Ora animais se agarram em meu peito

Para escalarem seus próprios desejos.

Eu sou montanha!

Firme e forte!

Ora tantas outras se juntam a mim

Para se refugiarem debaixo da terra

Em busca de segurança.

Sou formiga!

Frágil e insegura.

Eu sou grande! Eu sou pequena!

Sou frágil! Sou forte!

Eu sou constante movimento...