RESUMO DA VIDA: DOIS BURACOS
Do morno buraco fui arrancado
Apanhei, berrei e até esperneei
Para não morrer me desafoguei
Para abastecer sucção busquei
Senti eflúvios e logo identifiquei
Carinhos percebi, trabalhos dei
Frio, calor, sons e toques senti
Tudo é muito estranho, pensei
Robusto, evolui dentro de mim
A fim de vislumbrar engatinhei
No prumo, equilibrado caminhei
Em vários obstáculos tropiquei
Na vida mergulhei e jamais voltei
Da mãe natureza de tudo provei
Pedras calcei e das lanhas sofri
Paixões, sentimentos eu persisti
Muralhas e montanhas encontrei
No sacrifício algumas até escalei
Muitas outras no caminho deixei
O que não me livrei eu carreguei
Buscando voltar ao meu passado
Derrotado, me senti ultrapassado
Muito velho, cansado e acamado
Num raso buraco frio fui colocado