GEOMETRIA DO AMOR: O Lamento das retas

Somos retas paralelas

No plano de nossas vidas,

Não há encontro entre elas

Também não há despedidas.

 

As perpendiculares

Noventa graus as separam,

E embora espetaculares

Os encontros logo acabaram

 

Retas oblíquas permitem

Proximidade entre nós,

Seus ângulos coexistem

Um antes e outro após

 

Mas se o agudo bondoso

Com o amor aproxima,

O obtuso impiedoso

Não mostra qualquer estima

 

Melhor para o círculo

Que tanto por outro anseia;

Pois já quando o outro surge

Por encanto se juntam em cadeia