Evanescência

Tristes asas que não ganhei

Eternamente não pude voar

E tudo que eu mais sonhei

Quebrou-se no verbo abandonar

Havia aquela esperança eterna

De fugir do fatalismo sombrio

Diferente do mito da caverna

A ilusão era mais que algo vil

Confrontado fui pela desilusão

Enquanto meu coração congelava

Se não pude voar pela imensidão

A alegria boba pouco interessava

E furtei alguns momentos

Pois minha vida vazia sangrava

Abraçado a todos sofrimentos

O amor até me consolava

Mas não vivemos de consolo

A vida parece não ter significado

O amor me engoliu como um tolo

O que eu queria foi desmistificado

Não pude voar como queria

Não tive o amor tão desejado

Sim, por amor eu tudo daria

Sim, por ele eu teria lutado

E não houve nenhuma guerra

Apenas abandono e desilusão

Meu coração se transformou em fera

Minha vida uma grande decepção

Se querem voar não temam o abismo

Pulem sem tentar encarar a escuridão

Desviem se puderem do cinismo

E nunca brinquem com um coração

O medo é a última fronteira

Mesmo sem asas tentem voar

A vida nunca foi uma brincadeira

É efêmera e nada pretende significar...

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 04/08/2018
Reeditado em 04/08/2018
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