Nudez

O tempo nos ajuda a criar os os sonhos,
Nossos olhos são guiados para que vejamos, sempre,
O outro lado,  as ilusões,
Por muito tempo nos escondemos nessas "brandas" mentiras,
Mas o tempo desfaz, vai nos deixando nus, crus, 
E o confronto aparece, somos nós, como realmente somos,
Despidos, atingidos, tão sentidos, mas não perdemos o sorriso,
A Verdade vem como vestimenta, é a única proteção,
Enxergar tudo como é, é ter coragem de olharmos como estamos,
Sentimos, agimos, assistimos, vivemos,
O tempo passa, é cruel, adocicado com o que se aprende,
(afinal, todo aprendizado tem seu preço)
Tráz o alívio que preciso,
Assim, como o andar em retidão,
As curvas já não se recomenda,
As pedras nos afastam dos desacertos,
Os erros são bulas lidas, relidas, tem algum sentido,
O amor que sentiu, sente, algo valeu,
A Vida nos chama, nus, 
Nus, retornaremos de onde viemos,
Lá não entra nada palpável,
A delicadeza da Vida de lá,
É transparência retumbante,
Ecoa, tão leve, sensível, como um recém nascido,
Antes de se dar conta que do útero saiu,
Que sua casa interna ruiu,
No final, somos corpos despidos, com cicatrizes,
Por um triz, não perdi o juízo querendo entender,
Nada se entende, embora para tudo temos respostas, ocas,
Vivemos como de costas, com marcas que lembram,
Que vale os grandes riscos, como de facas,
Que a própria Vida escreveu em nós,
Como se fôssemos livros em branco,
Poesia Viva que se escreve com canetas borradas,
Quase sempre sem borracha,
Atola, racha, despedaça, cria nós cegos,
E só há uma saída,
Olhar altivo,
Sussurar a você mesmo,
Sabedoria e bondade,
A Vida é chama,
Clama, 
Não desista,
Mesmo que você tenha que andar despida de si mesmo, do "eu".



 
Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 10/08/2019
Reeditado em 14/09/2019
Código do texto: T6717199
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