Resumo

Há uma solidão tangente, no meio de toda gente,
Há uma corda opaca, fraca, bamba,
Há um andar cabisbaixo dentro do peito,
Procurando um leito, que só a gente mesmo pode se dar,
Tateamos nos outros nossas esperas, 
Morta de fome vive o que procura o alívio rápido,
Prático e bom seria, 
Se o trágico não viesse como resposta da nossa sede,
Que Água saciaria o que nem sabemos? E se queremos?
Como tema, temos os outros, e deles fazemos parte,
Espelhos fadados, errados, escorregadios,
Enquanto procurarmos em outros caminhos,
O que somente nós podemos nos dar,
Seremos poços insalubres,
Porque sempre haverá algo que pertube,
Desde a "sincera" mão estendida,
Até os moucos ouvidos, negando a própria escuta,
Se só assim o fosse...
Ainda tem o que se nega, o olho no olho,
A seriedade que não brinca, mas permite o bom humor,
O inesperado que acontece, vira prece,
Como se esticando o pescoço para respirar,
O ar até entra, mas não adentra até onde o pulmão pede.
Entre a solidão que teima, ainda assim, a prefiro,
E a multidão que vive em interrogações,
Pobre dos que se acolhem com vaquinhas de presépio,
que nunca dizem não.
Nem toda dor é ruim, nem todo problema tem solução,
Mas se há uma coisa boa em mim, e assim, faço,
É mergulhar nos meus espaços, calçando meus próprios sapatos,
Busco o teor, respiro diferente, me lanço na batalha,
Mesmo fraca, sou valente, vou em frente,
O submundo gira, mas não nutre, incompletude,
Minhas respostas mais profundas, não vem daqui,
Vem do outro lado, num resumo,
Onde tudo só pode ser preenchido com o que não é desse mundo.
Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 12/08/2019
Reeditado em 12/08/2019
Código do texto: T6718503
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